VIII
O CÃO E O FRASCO
“Meu bom cão, meu cachorrinho, querido Totó, chegue- se e venha respirar um excelente perfume comprado no melhor perfumista da cidade.”
E o cão, agitando a cauda, o que é, creio eu, nesses pobres seres, o sinal correspondente a um sorriso ou riso, aproximou-se e pousou curiosamente seu focinho úmido sobre o frasco destampado; em seguida, recuando subitamente, com medo, latiu contra mim como se me reprovasse.
“Ah! miserável cão, se eu tivesse lhe oferecido um pacote de excrementos, você o teria farejado com prazer e talvez até devorado. Assim você mesmo, indigno companheiro de minha triste vida, você se parece com o público a quem não se pode jamais presentear com perfumes delicados que o exasperam mas com sujeiras cuidadosamente escolhidas.”
Magnífico ! Grande Baudelaire!
ResponderExcluirParabéns pelo blog: conteúdo de primeiríssima!
ResponderExcluirVeja só o que postei no meu twitter:
@shasssa: Para compreender fenômenos como Teló e demais sertanojos, axoxos e pagonejos: http://bit.ly/K0cRq3 #baudelaire #poesia
Mantenha este pique!
[ ]'s
Que veio primeiro ? (Mais uma dúvida existencial)
ResponderExcluirNada de - "O ovo ou a galinha ?"
Mas sim - A do porco ou do cão ?
O "Lançar pérolas aos porcos"
ou o requintado
Oferecer finos perfumes a olfatos caninos,de si próprios canibalescos?
gostei...maravilhoso...
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